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Alisson Marques ficou 40 dias internado e venceu a COVID-19

Por 22 dias ele esteve intubado. Na última sexta-feira (7), ele recebeu alta hospitalar.

Jornal NT Sul


Por Thays Silva 11/05/2021 - 16h18

Cuidar do corpo e da saúde sempre foram prioridades para o agente de vendas Alisson, de 31 anos de idade. Para o Maninho, como é conhecido, a prática regular de atividades físicas eram garantia e resistência contra o coronavírus.

Alisson praticava diversos tipos de atividade física.

“Até no trabalho eu comentava: ah, seu eu pegar não vai dar nada porque eu corro, não bebo, não fumo. Sou um cara saudável. Uma vida de atleta, corria com obstáculo, andava de bicicleta, corria. Então achei que, se eu pegasse, não ia dar nada”, relata Alisson.

Ele ainda diz: “Não interessa se tu tem dinheiro, se não tem. Se corre, se é saudável ou se não é. O vírus está aí e é letal. Ele pega mesmo. Não é brinquedo”.

Maninho sabe do que fala. Visitou a mãe que estava com COVID e, mesmo com todos os cuidados, ele e a esposa se infectaram. Ele da forma mais grave. Começou com tosse e febre. No 8º dia ele internou. Foram 40 dias, sendo 22 intubado com 80% dos pulmões comprometidos.

Alisson relembra o período de internação: “Eles colocaram o oxigênio e não estava sendo suficiente. Eu não estava conseguindo respirar igual. Aí colocaram uma máscara de oxigênio com um saco de oxigênio. E eu consegui respirar melhor. Mas, mesmo assim não era suficiente. O vírus afetou 80% do meu pulmão, então eu não conseguia respirar. E isso foi muito rápido, questão de dias.”

A transferência para a UTI foi um momento muito preocupante, conta Alisson. “Eu fui pra UTI COVID e daí começou a bater o desespero. A gente vê as outras pessoas ali intubadas… Aí tu começa a ficar meio desesperado. Tu diz: ‘bah, eu tô infectado pelo vírus, achei que não ia dar nada e deu tudo o que deu.’”

Ele relembra das difíceis ligações de despedidas que fez antes da intubação, da incerteza e medo que sentiu de não conseguir mais rever os filhos Alice e Alexia, de 8 anos, Andrei de 14, a esposa Marisa, familiares e amigos. Lembra da sensação de fragilidade e incapacidade física quando acordou. Algo impensável para ele, um atleta.

A recuperação foi lenta, mas os poucos avanços eram festejados e registrados. Os cuidados da equipe de profissionais do HCB, a restrita visita de familiares e a satisfação de aos poucos retomar a dádiva de voltar a respirar.

Para ele, a sexta-feira, quando saiu do hospital, foi o dia de comemorar e agradecer a vitória da vida. A família e amigos o recepcionaram na porta do hospital.

Alisson precisa de exercícios para voltar a ter os movimentos de antes.

Agora em casa, ele começa outra etapa da recuperação. Na verdade, outro recomeço.

“É como se eu tivesse nascido de novo. Eu tive que aprender a me movimentar, a beber água, a comer, tudo do zero. Como se tivesse nascido um bebê de novo. Tem que aprender a dar um passinho, caminhar e é tudo muito difícil.”

Emocionado, Alisson relembra do seu desejo quando finalmente recebeu alta: “Quando eu saí do hospital, queria ver meus filhos, abraçar eles bem apertado, abraçar meus familiares, dizer que eu estava vivo e que Deus me deu essa oportunidade”. Ele fala ainda da gratidão que sente hoje: “E agradecer sempre a Deus por ter me dado essa oportunidade de estar vivo, agradecer às pessoas que oraram por mim. Eu vou ver eternamente grato por cada força, cada minuto que pararam e rezaram por mim”.

Alisson também faz um alerta: “Queria conscientizar principalmente o público jovem, que gosta de festa, para se cuidar, tentar evitar aglomeração porque a gente só sente quando acontece com um familiar ou com a gente. Eu sei quanto a minha família sofreu, então eu quero deixar um recado pra vocês: se cuidem. O vírus não é brincadeira. Ele pega jovem, atleta, quem tem dinheiro… e não tem dinheiro que cure. Se cuidem que o vírus é real. Tem esse vírus invisível que mata, mas a gente também tem um Deus invisível que cura. Então, se cuidem e sempre orem pra ter saúde.”

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