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Seguro de carro sobe acima da inflação


Por marciobasso 14/07/2011 - 10h49

O seguro do carro está mais caro. No primeiro semestre, os preços na Região Metropolitana de São Paulo aumentaram 9%, bem acima da inflação no mesmo período, que foi de 4%, de acordo com o Índice de Preços ao Consumidor (IPCA), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A alta está relacionada ao aquecimento da economia, segundo especialistas do setor. “Desde 2006 o mercado de automóveis cresceu 125% em termos de número de unidades. Isso cria uma pressão nos preços: há uma busca maior pelo seguro do automóvel”, explica o professor do curso de Gestão de Concessionárias da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), Valdner Papa.
Grande parte destes compradores pertence à classe C, que teve elevação na renda, acesso ao crédito e comprou seu primeiro carro, diz Antonio Penteado Mendonça, professor da Faculdade de Administração (FIA). Segundo ele, isso também contribui para a alta dos preços das apólices.
“Existe mais possibilidade de acidentes, pela falta de prática dos novos condutores na direção e de congestionamentos na cidade, por causa do aumento do volume de veículos. Tudo isso torna o seguro mais caro”, explica o professor.
O aumento dos roubos e furtos de automóveis também colabora para a alta do valor da proteção. Segundo a Polícia Militar, de janeiro a maio deste ano, o número de roubos cresceu 8,77% e furtos, 10,16% em São Paulo na comparação com o mesmo período de 2010.
A Lapa, por exemplo, é o bairro que lidera os índices de ocorrências nos cinco primeiros meses do ano. Foram 905 registros nesse período, de acordo com dados divulgados pela Secretaria de Segurança Pública.
Para gastar menos
Segundo Papa, quem quer economizar encontra opções no mercado. “Há uma grande concorrência e várias alternativas para comparar. A grande diferença no preço está nos adicionais oferecidos, como serviços 24 horas e assistência diferenciada, que podem corresponder a até 40% do valor do seguro. A contratação deve estar vinculada à necessidade.”
Mendonça reforça que o preço não deve ser o único ponto observado. “É preciso verificar condições importantes escritas na apólice, como por exemplo, a cobertura do seguro para o caso do carro estacionado na rua ser furtado. É bom avaliar se vale a pena optar por um seguro mais barato, mas não receber indenização nesses casos. Vale realizar uma pesquisa entre cinco companhias com um corretor que conheça o mercado”, conclui.

Pesquisa e negociação são imprescindíveis antes de assegurar o seu veículo


A dona de casa Elisângela Chiceri, de 37 anos, conta que quando o seguro do seu carro aumentou, ela preferiu analisar outras opções. “Foi um aumento de R$ 1,1 mil para mais de R$ 1,5 mil. Acabei achando outro seguro por um preço menor.”
A professora Claudete Cruz, de 55 anos, também mudou de estratégia este ano. “A apólice aumentou de R$ 1,4 mil para R$ 2,5 mil. Achei um por R$ 2 mil. Preferi não ter convênio com estacionamentos, por exemplo.”
O consultor hoteleiro Arnaldo Tonini, 43 anos, é uma exceção. Ele acumulou bônus por não ter sinistros durante longo período e obteve 10% de desconto na última renovação. “Isso fez com que eu pagasse o mesmo valor que havia pago no ano passado.” Tonini mora na zona norte e acredita que isso contribuiu para manter o preço estável. “A região não tem muitos roubos de carro.”
Marília Almeida
Fonte:  www.estadao.com.br