Pessoas com transtornos mentais encontram futuro em projeto social na Bahia
Por marciobasso 04/08/2011 - 09h11
Cachoeira, BA. Desejos aparentemente tão simples para a maioria das pessoas, como o de se tornar um árbitro de futebol, são verdadeiros sonhos para jovens portadores de transtornos mentais como Marcos Nascimento, um dos residentes no projeto Casa-Lar, mantido pela regional da Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (ADRA)na Bahia.
Quando chegou ao projeto, localizado no povoado de Belém, município de Cachoeira distante 130 quilômetros de Salvador, Nascimento não interagia com os demais e vivia pelos cantos da casa. Hoje é possível ver um jovem falante, animado e que tem uma nova perspectiva de vida.
Um de seus colegas, conhecido como Robenildo, foi encontrado nas ruas e encaminhado ao projeto. Disposto e apaixonado por música, especialmente instrumentos de percussão, Robenildo também se encontrava com graves sintomas do transtorno à época. Sonho também é o que não falta para Antônio da Silva, outro jovem residente e que hoje estuda na unidade mais próxima da Associação Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE).
Já está aprendendo a ler e a escrever e quer saber mais. Silva está até namorando dentro do projeto.
A realidade de pessoas como Marcos Nascimento, Robenildo e Antônio só sofreu mudanças, porque hoje a ADRA mantém na Bahia, em parceria com a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza, os projetos Casa-Lar I e Casa-Lar II. Uma das unidades atende a pacientes com transtornos leves e moderados e a outra os casos mais críticos.
A verdade é que tudo começou nas ruas literalmente. Esquecidos, em sua maioria, pelos próprios familiares, as pessoas hoje em tratamento comiam alimentos jogados no chão e não possuíam perspectivas. Até que, em 2005, o projeto começou a recolhê-los. O sucesso do trabalho levou a ampliações consecutivas ao ponto de, em 2008, abrirem a segunda unidade. Hoje são 120 pessoas mantidas por um projeto cujo custo total gira em torno de R$ 89 mil por unidade ao mês. Há necessidade de se pagar os profissionais e
REINSERÇÃO – O diretor da ADRA Brasil – Regional Bahia, Herber Kalbermatter, explica que o grande objetivo no projeto Casa-Lar é a reinserção na sociedade e na família. Os planos futuros envolvem a reintegração de mais quatro residentes, embora todos os progressos sejam comemorados diariamente com muita alegria.
A psicopedagoga Antônia Gonçalves de Jesus, que trabalha há quatro anos no Casa-Lar, explica que o trabalho através das oficinas terapêuticas incentivam os relacionamentos e ocupam o tempo dos residentes atividades úteis e que proporcionam desenvolvimento completo.
Na prática, significa que gente que nem conseguia se expressar corretamente agora recorta, pinta, cola e consegue vender seus produtos. Com o dinheiro, compram as próprias roupas e ganham uma certa autonomia que lhes garante dignidade e o retorno a um conceito perdido há tempos: cidadania. “O simples ato de essas pessoas se servirem e levarem uma colher até a boca é uma mudança histórica”, afirma Kalbermatter.
O projeto Casa-Lar I e Casa Lar II conta com doações também. Para ajudar esse e outros projetos da ADRA Bahia, é possível fazê-lo através do
1) Banco BRADESCO Agência 3266-2 C/C 58181-0 em nome de: IANDBEAS – Instituição Adventista Nordeste Brasileira de Educação e Assistência Social. O CNPJ é 071146990023-75.
Outra maneira de ajudar é através do site da ADRA Brasil – http://adra.org.br/contato/.
Fonte: Equipe ASN, Felipe Lemos