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Novo estudo associa dieta ao aparecimento da endometriose


Por marciobasso 28/02/2011 - 18h24

Uma nova pesquisa – A prospective study of dietary fat consumption and endometriosis risk – publicada no jornal Human Reproduction, sugere que as mulheres cujas dietas são ricas em alimentos que contenham óleos Ômega-3 podem ser menos propensas a desenvolver endometriose. Já aquelas cujas dietas são fortemente carregadas de gorduras trans são mais propensas a desenvolver a doença.
O estudo é o maior já feito para investigar a ligação entre a dieta e o risco de endometriose e o primeiro estudo prospectivo a identificar um fator de risco modificável para a doença.
Segundo  Stacey Missmer, autora do estudo e pesquisadora da Harvard University, as mulheres que consumiam mais  ácidos graxos Ômega-3 tiveram 0,78% menos chances de serem diagnosticadas com  endometriose em comparação com aquelas que tiveram um menor consumo de Ômega-3. As que consumiam uma maior quantidade de gordura trans aumentaram em 1,44% o risco de desenvolver endometriose.
Segundo os pesquisadores americanos, mais importante do que saber a quantidade total de gorduras da sua dieta é essencial saber o tipo de gordura que é ingerida (trans x Ômega-3). E para isto, o estudo reuniu dados de cerca de 120.000 enfermeiras dos EUA, com idades entre 25-42 anos, que não tinham sido diagnosticadas (nem clinicamente, nem cirurgicamente) como portadoras de endometriose, no início do estudo.
Os pesquisadores coletaram informações detalhadas sobre a dieta destas mulheres por mais de 12 anos, bem como das participantes que foram diagnosticadas e das que não foram diagnosticadas com endometriose. Assim, puderam constatar que a influência dos ácidos graxos sobre a produção de prostaglandinas e sobre a resposta inflamatória do corpo foi mais prevalente nas mulheres cujas dietas continham mais Ômega-3, o que as protegeu contra a endometriose.
Por outro lado, comprovou-se também a hipótese de que mulheres que seguem dietas com uma maior prevalência de gordura trans têm um risco maior de serem diagnosticadas com endometriose, o que realmente aconteceu.
“O estudo americano nos revela que a endometriose, assim como muitas doenças crônicas, também apresenta fatores de risco. Os estudos epidemiológicos realizados em todo o mundo têm sido fundamentais na identificação de fatores de estilo de vida que podem contribuir com o aparecimento da doença. E assim como os médicos já fazem recomendações sobre o estilo de vida, visando prevenir doenças cardiovasculares e diversos tipos de câncer, é hora de acreditarmos que os fatores modificáveis também podem ser identificados no campo da saúde reprodutiva, visando a redução dos casos de infertilidade”, diz o Prof. Dr. Joji Ueno, ginecologista, diretor da Clínica GERA.