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Estados e municípios querem acabar com “fumódromos”


Por admin 17/06/2010 - 16h02

A placa estava bem ao lado, mas era ignorada. O aviso, espalhado por todas as colunas e paredes da entrada coberta do Aeroporto Internacional de Guarulhos, SP, parece não incomodar quem quer fumar. Quando se pergunta: “Vocês sabiam que aqui não pode fumar?”, eles logo explicam: “É difícil achar um lugar sem cobertura, sabe. Lá dentro não pode, aqui não pode, pode onde?”
Na verdade, só ao ar livre, segundo querem os governos de alguns Estados como Rio de Janeiro, Paraná e São Paulo que saíram à frente e criaram leis estaduais e outras municipais proibindo o espaço chamado fumódromo. Mas a medida está sendo questionada por senadores como Romero Jucá que argumenta ser inconstitucional uma lei estadual ou municipal proibir o que a lei federal aprovou.
A lei de 1996, que permite a existência de fumódromos, vem sendo questionada por muitos anos já que cientificamente se constatou que esses ambientes são altamente insalubres. Segundo o Inca, Instituto Nacional do Câncer, mais de seis mil fumantes passivos morreram em 2008, em decorrência dos males do cigarro. Gente que, mesmo sem fumar, convive com a fumaça, como garçons, por exemplo.
“O que precisamos mesmo é mudar a lei federal de 1996 que é defasada e permite o fumo em ambientes fechados e restritos, o que agrava ainda mais o problema. O difícil é furar o poderoso lobby da indústria do cigarro que conta com aliados no Senado. Tudo o que eles querem é dinheiro, não importando a morte de tantas pessoas”, avalia Tânia Cavalcante, coordenadora do Programa de Controle do Tabagismo do Inca.
A briga na justiça promete ser longa e regada a ânimo acirrado. De um lado, profissionais da saúde e uma parcela do povo querendo mais vida, do outro a poderosa indústria do tabaco e seus adeptos.
Contudo, mesmo os dependentes químicos são favoráveis às restrições ao fumo, de acordo com uma recente pesquisa do International Tobacco Control (ITC). A organização que avalia as políticas públicas de combate ao fumo em 20 países divulgou que no Brasil 65% dos fumantes aprovam as restrições, número maior entre os não fumantes: 80%. Dos fumantes brasileiros, 82% já sofreram com doenças associadas ao fumo.
“As pesquisas apontam que a proibição dos fumódromos em empresas e indústrias reduziu o consumo de cigarro entre 10% e 15%. Isso significa perda de dinheiro e a indústria do tabaco não quer perder grana”, reafirma Tânia, que encontra eco nas ruas.
Esperando para embarcar, o casal curitibano Andressa e Leonardo Lorenzetti aproveitava para fumar enquanto concedia uma entrevista. “É ruim não ter tantos lugares disponíveis para fumar, mas isso acabou reduzindo minha quantidade de cigarros por dia. Hoje acho que fumamos de 30% a 50% menos, já que quando não tem lugar permitido, tem que esperar uma ou duas horas até chegar”, explica Andressa e Leonardo complementa resignado: “Sem falar que dá preguiça ir até um local aberto”.
Anualmente, 200 mil pessoas morrem vítimas do cigarro no Brasil. No mundo, os dados passam de 5 milhões, segundo a Organização Mundial da Saúde. O cigarro já causou 100 milhões de mortes no século 21, mais que qualquer guerra ou epidemia.
Fabiana Bertotti
Se você fuma e quer parar, anote as dicas de especialistas:
– Atitude. Decida fazer isso sem fazer promessas. Só decida.
– Liberdade. Jogue fora o maço de cigarro que você tem em casa ou no bolso. Prejuízo maior é destruir a saúde.
– Desintoxicação orgânica:
– Beba bastante água.
– Fique um dia sem comer, tomando suco de frutas à vontade.
– Não coma frituras, pimenta, mostarda, vinagre nem carne vermelha.
– Prefira frutas, hortaliças cruas e cereais integrais. Tempere sua comida com limão, sem vinagre.
– Evite cafeína e açúcar. Não beba refrigerantes nem café.
– Movimente-se. Faça exercícios físicos. Comece com caminhadas leves, respire profundamente e vá aumentando a carga.
– Ao acordar tome um banho quente, faça uma ducha fria logo após e uma boa fricção ao enxugar-se. Antes de dormir tome um banho morno para relaxar.
– Confie no poder de Deus para ajudá-lo(a). Caso fracasse na primeira tentativa, continue na luta, pois você já decidiu e vai vencer. “Tudo posso em Deus que me fortalece.”