Levítico 16

Reavivados por Sua Palavra

Estamos vivendo numa época em que o papel do Supremo Tribunal Federal está sendo intensamente discutido pela sociedade. Teoricamente, esse poder seria a última instância a recorrer-se com recursos em um processo judicial. Seria aquela instância que poria termo final ao processo e de cuja decisão não caberia mais recurso. Ou seja, se condenado ali, o réu não teria mais chance. Eu não desejo para ninguém uma condenação em última instância. 

O capítulo de hoje traz uma simbologia antiga sobre o nosso julgamento para a vida eterna. Os serviços do santuário eram divididos em duas partes principais, que consistiam no serviço diário, e no serviço anual. O serviço anual dava continuidade ao ritual diário, mas com um significado mais amplo. Ilustrava como Deus e Seu povo seriam vindicados e como o grande conflito entre Cristo e Satanás solucionaria o problema do pecado. Era o Dia da Expiação, em que os pecados do santuário seriam purificados. Todos os pecados que ao longo do ano tinha sido transferidos para o santuário, eram então retirados do meio do arraial dos israelitas.  

No dia da expiação, eram tomados um cordeiro e dois bodes. Lançava-se sortes, sendo que um bode seria do Senhor, e o outro, o bode emissário. Só depois que aquele Azazel fosse levado para o deserto o povo podia considerar-se livre do fardo de seus pecados. Todos os israelitas deveriam passar o Dia de Expiação em oração, jejum e exame de consciência.  

Mas não confunda o bode emissário com o bode do Senhor. O bode emissário não poderia simbolizar Cristo na cruz, junto com o bode do Senhor, em Levítico 16, especialmente quando se diz que o bode emissário (Lev. 16:10) faria ‘expiação’, pelo seguinte: O sangue do bode Azazel não era derramado; então, não era um sacrifício pelo pecado. Os pecados transferidos para ele já tinham sido expiados. A transferência dos pecados para ele acontecia depois que todos os pecados registrados no santuário tinham sido expiados pelo sangue do bode do Senhor (Lev. 16:16-19).  

Se um bode era selecionado para o Senhor Jeová, então Azazel, para quem o outro bode era escolhido, devia representar um ser pessoal que estava em oposição ao Senhor. Ou seja, Satanás. O livro extrabíblico I Enoque, do segundo século a.C., tem dez referências a Azazel. Esse livro antigo diz que Azazel é responsável por todos os pecados, era enviado para o deserto, e suas hostes de anjos maus seriam julgadas. 

Sabe, meu querido amigo ouvinte, o grande conflito entre Jesus e Satanás era representado em pequena escala no Dia da Expiação. Jesus era a cura para nosso pecado. Satanás era a causa do pecado. E isso nos ensina que não existe campo neutro. Ou você se apega totalmente a Jesus, ou já estará do outro lado. Eu espero que no dia do Julgamento Final o relatório sobre você revele que você tenha vivido essa vida aqui ao lado de Jesus. E isso é você quem define, agora, pela escolhas que você faz na sua vida. Certo? 

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