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A hora da “partilha” – Análise política de Elias Teixeira


Por marciobasso 25/08/2010 - 11h26

O presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer, desmentiu rumores de que o PMDB reivindicaria metade do governo, se o PT vencer as eleições.
Mesmo desmentindo, essa exigência não seria absurda do ponto de vista político. O PMDB sempre foi um partido presente não só no atual governo, como também no governo do PSDB.
Há que se considerar que, sem o apoio do PMDB não há governabilidade. Tanto que, pessoalmente, o presidente Lula buscou desviar o foco de acusações de corrupção contra o presidente do Senado, José Sarney, do PMDB.
O líder Romero Jucá, do PMDB, que hoje defende o governo Lula, já defendeu o governo Fernando Henrique Cardoso. Ou seja, o PMDB está com quem está no poder. E esse comportamento deveria ser preocupante para quem governa.
O governo ajustou as velas da jangada e aproveita os ventos a favor. Baseado nisso, busca de todas as maneiras eliminar a oposição. Mas o mar é maior que o barco.
Mesmo que os ventos estejam a favor agora, e a sensação de voar em céu de brigadeiro, a turbulência pode vir não da parte da oposição, mas dos próprios aliados.
Quem busca ter maioria a favor, será cobrado por essa própria maioria depois. Nesse caso, os opositores deixarão de ser os que estão do lado de fora, mas os que comem no mesmo prato em sua sala de jantar.
Elias Teixeira